domingo, 28 de março de 2010

E o silêncio era "Eu te amo"



     Ela simplesmente sorriu quando o viu, e ele soube que era a garota que esperavaEla não queria muito, somente estava ali esperando ele falar. Os dois se olhavam. Aquele era o momento, era tudo ou nada. Ele sabia que ela era quem o fazia se sentir bem melhor, que era dela a companhia que ele mais gostava, a única certeza que ele tinha, era que ele gostava dela. Ela sabia que o seu sentimento era retribuído por ele, gostava das suas qualidades e defeitos, gostava do seu sorriso. Mas estavam ali, um diante do outro, engolindo algumas palavras, guardando sentimentos (tendo que guardar os sentimentos). Ouviam-se apenas as batidas de dois corações, dois corações apaixonados, e conseqüentemente bobos. Vieram a falar de suas cores favoritas, de alguns dos seus gostos, e até mesmo de um futuro incerto, de um futuro a dois, casados. Mas chegando a hora de partir, não precisaram de nenhuma palavra. Eles sabiam exatamente o que um queria dizer ao outro.
E o silêncio era "Eu te amo".


(Algumas partes desse texto foram retiradas de uma obra de Elis C.)

sábado, 20 de março de 2010

A dor da saudade


     Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um beliscão, dóem. Dói morder a língua, dói cólica e cárie. Mas o que mais dói é saudade. Saudade de um amigo(a) que mora longe. Saudade da infância. Saudade de alguém que já morreu. Saudade de uma cidade.
     Dóem essas saudades todas. MAS a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o shopping e ele para a academia, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã.
     Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua acordando cedo e passando a manhã inteira com sono. Não saber mais se ela continua com aquelas olheiras. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela aprendeu a dirigir, se ele tem assistido as aulas da faculdade, se ela mudou as fotos do painel do quarto, se ele continua fumando nas festas, se ela continua preferindo Diamante Negro, se ele continua sorrindo *-* , se ela continua ouvindo as mesmas músicas, se ele continua desenhando, se ela continua lhe amando.
     Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos [bem mais compridos], não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
     Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está feliz com outra, se ela está mais magra, se ele está mais bonito, se ela ainda anda cheirosa.
     Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, para tentar amenizar a dor, e ainda assim, pensar nele(a) todos os dias.
E ainda assim, doer.


(Desenhista: Kayo Melo)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Minta, finja

     Minta que esse abraço não te aqueceu. Finja que odiou o gosto desse beijo meu, e esse arrepio foi só um calafrio que deu, finja. Minta que esses olhos lindos seus não se fecharam, que os pelos loiros (na verdade, morenos) do seu corpo não se levantaram, também finja que os seus pulmões não se ofegaram, finja. Minta que esse encontro pra você não tem valor, que essas mãos suadas são por causa do calor (ou por causa da tua "distonia"), que o perfume que mais gosto é conhecidência que hoje usou, minta. Você já não tem mais recursos pra dissimular, já não precisa mais fingir, mentir, tão pouco disfarçar. Pois tudo que disser contradirá com seu comportamento. Melhor é se calar e escutar a voz que vem de dentro [...] Me abrace com a força e o calor que vem de um desejo insano.

(PedroPaulo&Matheus)

Apostas



Desta vez ela decidiu apostar todas as suas fichas. As últimas. Dar a última cartada. Desfazer-se do orgulho e do amor próprio, ou quem sabe adquirir mais amor do que possa imaginar. Decidiu que era ele. Não entendia porque, mas sabia que aquilo havia de ser feito. Teria que se desdobrar, dizer o que sentia. Mostrar o sentimento de uma forma nua e crua. Sem deixar nada subentendido. Devia esquecer todo o discurso feminista que havia decorado. Devia dizer-lhe tudo de uma vez só. E pela última vez. A última tentativa, e a última esperança de amor verdadeiro foram depositadas.
Ela apostou seu coração, e agora está torcendo para perdê-lo.

[dapoesiaaprosa]

quinta-feira, 18 de março de 2010

Volta ou me leva

Volta, mas volta logo, antes que tudo acabe.
Volta, que eu te quero ainda esse ano nos meus braços.
Volta, e trás junto a ti os meus melhores sorrisos.
Volta, e eu te mostro que vai valer a pena.
Volta, para nunca mais partir.
Volta, para que possamos juntos merecer o amor.
Mas se por algum acaso não quiseres voltar...
Te peço apenas que me leve contigo.

éSÓumtextodeAMOR


     Só eu sei o como eu queria gritar para o mundo o quanto você foi, é e sempre será importante para mim; Queria poder acreditar em todas as tuas palavras, assim como um criança acredita em tudo que lhe falam; Viver novamente cada segundo alegre e despreocupado ao teu lado; Passar tardes e noites contigo falando bobagens ou até mesmo, sem nada fazer ou falar; Saber com que frequência você pensava e pensa em mim; Poder te ver novamente dormindo em meus braços, com o teu rosto colado ao meu e sentir tua respiração ficando mais lenta e profunda. Ainda existe aquela mesma sintonia entre nós dois, ainda trocamos aqueles olhares que dispensam qualquer palavra, ainda nos abraçamos como se quiséssemos pedir um algo a mais, e quando estamos na companhia um do outro, parece que surge uma imã que insiste em juntar nossos corpos sem nenhuma explicação. É por esses e outros motivos que eu continuo acreditando quando as pessoas falam que “O que Deus uniu, o homem não separa.”.